10.19.2010

Coisas do Catano - Pensamentos de autocarro

Se há coisa que me encanta é viajar num autocarro, seja a que hora do dia for, a ouvir música , no lugarzinho do fundo, para poder cantar baixinho sem que ninguém se dê conta. Este lugar predilecto  permite-me obter uma visão panorâmica de todo o autocarro, e assim conseguir constatar alguns pormenores peculiares.

Vinha eu hoje da Litterae Facultis, depois de uma aula de Espanhol B1.1 muito especial, em que a D. Fernanda, senhora muito bem estimada no local,  não se calou o tempo todo, e reparei em algo que espero que não seja patologia generalizada. A zona dos vidros que nos permitem maravilhosas vistas para o exterior do veiculo de transporte, que se situa ao nível da cabeça dos passageiros, continha uma proeminente mancha de gordura capilar em quase todos os lugares sentados. E eis que se formula uma questão na mente da minha pessoa: Qual a atracção que as pessoas tem em ir toda uma viagem com a cabeça encostada a um vidro, sujeita a toda uma parafernália de safanões e abanicos?

Tentando ignorar, temporariamente, o facto óbvio de falta de limpeza dos veículos, quer interior, quer exterior (responsabilidade quase exclusiva da água das chuvas), raciocinei acerca do facto de as pessoas terem esse estranho hábito de poisar suas dignas caixas cranianas nos vidros do autocarro em que viajam. Por muito cansadas, ou até aborrecidas que estejam, o vibrar do vidro apenas proporcionará uma cefaleia, cuja intensidade variará consoante o tempo de exposição. Digo isto com alguma certeza, visto que algum dia também o devo ter feito e o resultado que teve em mim foi exactamente esse.

Agora direccionando a minha atenção para as já referidas manchas. Será que as pessoas nunca repararam nesse pormenor? Ao final do dia, após muitos rabinhos alapados naquele lugares, após sucessivas mãos terem apalpado tão esbeltos barões, as manchas tomam dimensão tal que se podem tornar perigos públicos. Já viram o que era uma massa gordurosa emancipada, a irromper por auto estradas, em busca do profissional de limpeza que as deveria ter limpo, implorando piedosamente por serem dizimadas antes que sejam novamente atacadas por um escalpe predador? Seria uma verdadeira...uma verdadeira...estupidez. Porque só pessoas com excesso de sono, como eu, é que considerariam tal idiotice. A faculdade faz mal às 'ssoas.

Basicamente, este texto sem qualquer conteúdo lúdico apenas serviu para alertar os meus poucos leitores para o facto de eu ainda estar viva! Tenham um bom dia, e até uma próxima :)

9 Jeitoso(s):

Unknown disse...

aahaha ri-me tanto agora Inês,mas confesso que faço muitas vezes isso :$ Sim,quando encosto a cabeça ao vidro no autocarro todo o meu cérebro estremece por dentro mas a preguiça e o sono falam mais alto loool

Quanto á Dona Fernanda,para quem está a ler isto e desconfia que esta personagem exista eu tiro,desde já,qualquer duvida: Sim ela existe MESMO e é uma personagem muito cómica e quiçá um pouco deprimente lool xD

Beijinho Ni *

Otário Tevez disse...

tu é que fazes mal às 'ssoas ahahah
nunca li tão esplendoroso trabalho sobre a temática craniana em viagens de autocarro, clap* clap*!!!

Nada disse...

Ai que saudades que eu nao tenho de andar de autocarro (nomeadamente em hora de ponta).
Isso da nhanha no vidro deve-se á pedrada de sono que as pessoas têm ao andar de autocarro no final do dia, seria pelo menos o unico motivo pelo qual encostaria a minha cabeça a algo semelhante a uma batedeira. Quanto à sujidade...olhos que não vêm, germes que não sentem xD

Beijo*

D. disse...

Sim, já olhei demasiadas vezes para essas manchas. E também já encostei a minha cabeça (foi mais forte que eu), mas sempre que o autocarro parava a minha cabeça saltitava tanto que lá tornava a desencostar.

As viagens de autocarro têm sempre o seu quê de observação :)

Ritinha disse...

Olha que eu às vezes quando vou nos autocarros também tenho pensamentos parecidos com esse... viajar de autocarro não é lá muito higiénico LOL

paulofski disse...

Olá Inês. Sabes que esses teus "pensamentos de autocarro" me fizeram lembrar das boas recordações que aqui contei sobre as muitas cabeçadas que dei nos vidros ao ritmo dos solavancos? Mas acho que não deixava marcadas as impressões capilares, até porque não gosto de usar gel ou similares.

Sofia disse...

Inês, 2 coisas:
1. Odeio sentar-me em cadeiras quentes de autocarros (de onde acabaram de sair rabinhos de pessoas que desconheço).
2. Hoje, quando estava a levantar-me para sair do autocarro para ir para a Litterae Facultis, pus a mão num barão que estava todo gordurento e fiquei com a mão toda nhanha. Foi nojento.

Pronto, tenho dito. :D

Táxi Pluvioso disse...

Prefiro viajar nas minhas Adidas.

VaniNha disse...

E nem vamos falar das pessoas que têm o cabelo oleoso e as mãos por lavar depois de uma boa mijadela!

Ca bom :D